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O futuro dos filmes publicitários pós pandemia




Antecipo já dizendo que devemos ter um “novo normal” quanto a produção de vídeos publicitários, que hoje, em sua maioria, há uma superprodução formada por um set lotado de profissionais.

Essa estrutura é sim muitas vezes necessária, porém em alguns casos tornou-se uma característica luxuosa e sinônimo de “conteúdo hollywoodiano”. Verbas altíssimas são destinadas e acabamos tendo uma repetição dos mesmos produtores, diretores e marcas - a famosa “panelinha” - comum em diversos mercados.

Porém com produções audiovisuais cada vez mais frequentes para o digital, em uma escala infinitamente maior comparada a televisão, abriu-se o caminho para novos produtores entrarem no mercado. Assim criou-se uma relação entre agências e novas produtoras para conseguirem dar conta das entregas devido ao aumento de demanda por conteúdos nas redes sociais.

Como efeito da pandemia, toda marca e sua estratégia de marketing se viram fora da zona de conforto. Grandes nomes tiveram que reinventar-se na produção de seus filmes publicitários. As superproduções não puderam ser realizadas, filmes como o dia das mães - de extrema importância - tiveram que ser reavaliados e adaptados.

Essa mudança causará uma reflexão gigante no mercado publicitário. Novos produtores, diretores e outros membros de equipe terão novas oportunidades de avaliação por sua capacidade e por salários mais em conta. Um exemplo disso é observar como os gigantes se nivelaram com os pequenos em suas produções nos últimos tempos, todo mundo usando um só equipamento: o celular. Sem equipe de iluminação, maquiagem, figurino, direção...o criativo e a pós-produção nunca foram tão valorizados. 

O reflexo dessa mudança será sentido também na verba destinada a produção de conteúdos publicitários, tanto para televisão quanto para o digital. Muitas empresas terão pela primeira vez uma verba destinada ao digital, outras que já possuíam essa verba, devem aumentar, uma vez que novos hábitos de consumo foram antecipados - como o aumento e o incentivo pelas compras online - e a disputa por espaço ficou ainda mais acirrada.

Já os valores éticos, esses já mudaram, nenhuma marca quer ser vista como oportunistas ou sem tato após todo esse choque. A relação da marca com o público terá mudança de comportamento, e os consumidores manifestaram-se querendo uma nova comunicação muito mais humana, otimista e criativa.

Além de tudo isso é necessário agir com rapidez, as marcas mais bem avaliadas durante esse processo, possuem algo em comum: fizeram o “novo normal” primeiro.


Bruna Cassapietra

Diretora e Co-fundadora da BeeL Films

brunacassapietra@beelfilms.com

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